O discurso do Steve Jobs em Stanford
Steve Jobs certamente foi um dos caras que mais influenciaram a minha geração. Ele foi um cara brilhante. Mas diferente de muitas pessoas que eu admiro desde pequeno, eu só comecei a admirá-lo quando adulto. Não sou um usuário dos produtos criados pela Apple, o único que tenho é um iPod Shuffle que ganhei, e acredito que não vou ter outro produto tão cedo. Mas isso não diminui a admiração que eu tenho pelo Jobs, que vai muito além dos produtos que ele ajudou a criar.
Quando li a sua bibliografia percebi que apesar de ser um babaca na maioria das vezes, ele foi um apaixonado pelo que fazia. Jobs é um dos caras que podem dizer para você fazer aquilo que ama, que isso vai te levar a uma satisfação de vida, pois foi o que ele fez. E de certa forma foi isso o que ele trouxe para o seu discurso na formatura do pessoal de Stanford.
As três histórias de Steve Jobs
A primeira história é sobre conectar pontos. Ele deixou a faculdade Reed College, pois achava que estava gastando o dinheiro dos seus pais adotivos. Que só conseguiram a adoção pois prometeram a mãe biológica que levaria Steve a faculdade. Porém aos 6 meses de faculdade, ele não tinha ideia do que fazer da vida e não via como a faculdade poderia ajudar. Mas continuou por 18 meses sem ser um aluno oficial, durante esse tempo começou a frequentar cursos que ele achava interessante, como as aulas de caligrafia. Foi 10 anos depois quando estava desenvolvendo o Mac que ele usou os seus conhecimentos de caligrafia para propor uma bela tipografia ao computador. Ele diz que:você não pode conectar os pontos olhando adiante, você só pode conectá-los olhando para trás. Completando que você deve seguir o seu coração e acreditar que um dia os pontos na sua vida vão se conectar.
A segunda história é sobre amor e perda. Jobs encontrou cedo o que ele amava fazer quando começou a Apple com Steve Wozniak. Depois fala da história de quando ele foi despedido aos 30 anos, sem estar mais no comando da Apple, ele quis sair do Vale do Silício, mas percebeu que ainda amava o que fazia. Então "criou" a NeXT, a Pixar e encontrou o amor da sua vida. Novamente Jobs diz que você tem que encontrar o seu verdadeiro amor, pois o trabalho vai preencher grande parte da sua vida, por isso é importante fazer o que você ama. Só assim você fará o melhor trabalho da sua vida.
Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todo assunto do coração você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam.
A terceira história é sobre morte.
Se você viver cada dia como se fosse o último, algum dia provavelmente você vai acertar. Desde que ouviu essa frase Jobs se perguntava todos os dias diante do espelho:
se hoje fosse o último dia da minha vida, eu ia querer fazer o que vou fazer hoje?. E sempre que a resposta era não por muitos dias, algo deveria ser mudado. Lembrando que você irá morrer é a melhor forma de você perceber que você não tem nada a perder, e assim evitar todo o orgulho, todo medo de dificuldades ou falhas, ajudando a fazer as melhores escolhas para a sua vida.
Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.
Jobs fala sobre o seu câncer, para quem não sabe foi a primeira vez que ele foi diagnosticado, então os médicos disseram que ele não tinha muitos meses de vida e que era pra ele ir para casa e colocar os seus negócios em ordem, o que significa se prepare para morrer, para dizer adeus. Aqui Steve fala um coisa interessante:
ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que querem ir para o Céu não querem morrer para chegar lá. Então ele conclui dizendo que todos vamos morrer e que a morte é a melhor invenção da vida, é o agente de mudança da vida, pois ela tira o velho do caminho para dá lugar ao novo.
Seu tempo é limitado, então não gaste vivendo a vida de outra pessoa.
Para fechar o discurso Jobs, fala da revista The Whole Earth Catalog onde em sua última edição havia um amanhecer com as palavras: Stay Hungry. Stay Foolish. Continue faminto por conhecimento; não se leve tão a sério, seja um "tolo", um iniciante.
